"HOMOAFETIVIDADE E REDE DE APOIO"

Images Redes de apoio se constituem de relações interpessoais, afetivas-emocionais que nos conferem segurança psicológica e contribuem em nossa jornada em diversos contextos da vida. Realizamos um levantamento junto aos homens que são pais e homossexuais, integrantes do grupo Homopater e elencamos alguns aspectos comuns.

As pessoas que mais estão próximas são prioritariamente da família de origem. Ou seja, suas mães, pais, parentes diretos como irmãs, irmãos e primas/os. Sendo que as mulheres são as mais referidas. Observa-se que os amigos ocupam um lugar também importante, embora referido depois da família de origem. O companheiro, (parceiro ou marido) é citado como a pessoa com quem pode contar de forma incondicional.

Para alguns já mais adiantados na questão de autoaceitação e revelação da homoafetividade essa rede de apoio é mais extensa, mais próxima e fortalecida. Eventualmente algumas pessoas consideradas da sua família podem não oferecer o apoio desejado por não estar próxima e disponível o suficiente.
O distanciamento e afastamento de pessoas da rede pode ter motivos diversos, que foram se desenvolvendo na relação; como problemas pessoais de dificuldade na relação afetiva, com isolamento e distanciamento. Os próprios pais são citados como distantes, pouco presentes e portanto, não fazem parte da rede. Outros referem que sentem que estão mais disponíveis para apoio mas que não percebem uma disponibilidade na mesma proporção.

A rede é tecida e fortalecida pelo afeto, pelas relações constituídas ao longo da vida. Assim, para alguém saber que vai poder contar com o apoio que necessita requer que mostre a necessidade, a própria fragilidade. Para homens não heterossexuais convém salientar a importância de se aprender lidar com aspectos heronormativos internalizados de uma masculinidade que não permite mostrar fraqueza, impotência e fragilidade.

A rede não é tecida com um fundo financeiro. Assim ter uma rede de apoio próxima, ampla, forte... se mostra uma alternativa saudável, necessária para alguém se sentir protegido, cuidado, amparado mesmo em condições mais adversas de precariedade.

Para um grupo de homens que em sua maioria se assume gay tardiamente (e que tinha sua rede constituída na família de origem e na família constituída em seus casamentos heterossexuais), o grande desafio é a ampliação e o fortalecimento da rede, desta vez constituída também por seus pares. O nosso próprio grupo de pais vem sendo percebido integrando essa rede. É nesse contexto do grupo que se pode dar e receber cuidado, proteção, apoio. Para isso é necessário estar com seus pares, não só formalmente, mas afetivamente, de fato.


Junho de 2022
Vera Moris


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