Namorar é para todos! E naturalmente os homens gays fazem parte desse grande universo de enamorados. Temos visto
comerciais ou campanhas de vendas nesta época do dia dos namorados direcionadas a esse segmento; de fato as relações
homoafetivas vem sendo vistas como uma possibilidade de envolvimento amoroso, de amor a se celebrar.
A vontade de ter alguém de estar romanticamente envolvido, de gostar e ser gostado é um projeto para a maior
parte dos homens pais e gays que se assume homossexual. Eles almejam uma relação, um envolvimento significativo,
sério como dizem, comprometido. Eles se assumem homossexuais, se divorciam também porque querem amar, namorar!
E para isso o primeiro e grande passo é estar disponível e assumido. A validação, a seriedade da relação está
fundamentada no reconhecimento e visibilidade, ou seja, na possibilidade de ser respeitada e reconhecida
principalmente pelos pares envolvidos, sendo isso um caminho a ser trilhado.
As relações que são mantidas em segredo podem pressupor duplo vínculo, ou que alguém não pode saber desse namoro,
ou ainda que alguém pode estar sendo iludido. Isso cria desconfiança gera ansiedade e tensiona a relação. Como se
em algum momento a pessoa enganada, traída, pudesse ser você!
Os homens pais, homossexuais que compartilham suas histórias de namoro referem sua relação como normal, como qualquer
namoro, com conflitos e desafios nada diferente de qualquer casal: existem projetos, romantismo, parcerias e uma
grande busca de bem-estar na vida a dois; existem também conflitos, frustrações, desavenças. O que se percebe é que
viver uma relação a dois requer um movimento construtivo, recíproco de respeito aos limites da relação.
Qualquer relação amorosa pressupõe uma certa administração das discordâncias, buscando um equilíbrio harmônico;
entende-se que quanto mais houverem diferenças e desníveis, mais esse movimento pode ser complexo. Fatores mais
encontrados para casais discordantes: muita diferença de idade, de nível educacional, social, cultural ou de
momento do ciclo vital. Uma fonte comum de estresse para os casais homoafetivos deste grupo específico é a
paternidade só de um deles; um é pai mas o outro não é. Um tem tempo livre e quer sair para festas viagens e baladas,
mas o outro precisa cuidar de filhos e guardar o dinheiro para sustentá-los.
Não é impossível encontrar o equilíbrio, se existe a vontade e o bem querer, os dois devem buscar esse entendimento.
O que acontece na relação é o que faz bem para os que nela estão envolvidos; os dois são igualmente responsáveis.
Em se tratando de dois homens esse é um dos principais elementos para uma base sólida do namoro. Existem limites a
se respeitar se um gosta do outro, é necessário combinar o que pode e não pode dentro da relação a dois, para buscar
o bem estar.
Junho de 2022
Vera Moris
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